BREVE HISTÓRIA DO ABOUA ABOUA, OS IRREDUTÍVEIS ABOUADORES:
Somos os irredutíveis aboadores do Norte, uma grande família “joaninha”, onde cada um é absolutamente insubstituível, um grupo heterogéneo e democrático que abrange todos sem distinção, com um denominador comum – o prazer de voar!
Saudavelmente irreverentes, barulhentos quanto baste, unidos quando necessário, amigos dos amigos e hospitaleiros por natureza, não passamos por vezes, sem uma boa zanga “à maneira do norte”.
O clube é composto por vários “grupos naturais” que se formaram desde os primórdios do parapente na região de Braga, por volta de 1993.
Como episódio remoto a perder-se na bruma dos tempos, o “homem do botequim”, depois de uma semi aprendizagem, incentivou um grupo na pratica do voo livre, utilizando para o efeito asas que trouxe da Suíça.
As descolagens decorriam no meio de tojos e calhaus no Monte de S Pedro Fins, Caldelas, os primeiros voos foram autênticas aventuras de pioneiros. As asas eram “tijolos” com uma taxa de afundamento inacreditável que apenas garantiam “marrecas” directas para os “campinhos”, tropeçando nas árvores em autêntica “tabela seca” – aqui começou a “precisão na aterragem” que é apanágio dos joaninhas. Desse tempo, entre outros, ficaram-nos o Eurico, Lourenço “Sousa” e “Casinhas”.
Em 1995/96, com um toque do “Pierre”, o grupo cresceu e integrou o Clube Papa-ventos num projecto luso-galaico dinamizado pelo carismático Aser. A personalidade deste piloto, a festa do parapente e a irmandade dos galegos foram os denominadores comuns num excelente momento do voo livre – é desse tempo, a famosa frequência rádio 146,100. Nesta altura integraram o grupo, o Dinis e o Mário Henriques “polícia”.
Em 1999, no rescaldo do desmembramento do Papa-ventos, por iniciativa do Dinis, o Eurico e a Madalena, forma-se em Braga o “voARCUMulos” como uma secção de voo livre da Associação Recreativa e Cultural da Universidade do Minho. Este club representou a viragem dos pilotos de Braga para a parte portuguesa e para a FPVL. Começaram os pilotos a participar em competições, nomeadamente nas provas de Linhares, onde em 1999 o voARCUMulos ganhou o 1º lugar por equipas na competição B. Muitos pilotos se notabilizaram nesse período, nomeadamente o Lourenço, o Pierre, o Barros, o Gomes, o Dito, o Artur, o Mário, o Fernando, o Miguel, e muitos outros.
Com o aparecimento do Carlos Pinheiro “polícia”, o voo livre subiu um degrau qualitativo adquirindo um “toque alfacinha”. A sua capacidade, voluntarismo, generosidade e espírito de sacrifício, tornou-o sem contestação “no joaninha guru” – é famosa, entre nós, a sua exclamação: - Ohhhh pááááááááááááááá!
Em 2000/2001 juntaram-se os “joaninhas” formados pelo saudoso Mestre José Carlos Figueiredo. Produziu-se mais uma sacudidela no voo livre e outro avanço qualitativo com a família abouaaboua a afirmar regional e nacionalmente o seu lugar institucional, com os pilotos a libertarem-se definitivamente da ladeira para procurarem a distância.
Vieram reforçar a união de todos, o espírito de sacrifício, a generosidade e o voluntarismo que já eram timbre do grupo. Foram eles o Abel, Júlio, Manuela, Joca, Nuno Gavião, Marlene, Carlos Elias, entre muitos outros.
Muitos outros pilotos joaninhas contribuíram e contribuem para a mais-valia deste grupo: o Albuquerque, Cristo, Fernando “Canoso”, Nuno, Soares, Marques, Joaquim Lagoa, Pedro de Amares, Daniel e muitos, muitos outros...
Com a "abouaescola " existem pela primeira vez instrutores certificados pela FPVL , o berçário joaninha está agora a alimentar esta boa praga. São tantos com boa pinta: Pedro Puga, Edmundo, Álvaro, Armando, Carlos Azevedo, Ricardo, Figueiredo, Miguel, João, Manuel Braga, Jorge Alves, Rogério Oliveira, Zé Pedro... mais, uma turma só de lady´s joaninhas está a caminho...
O sucesso e coesão deste grupo alado assenta nos pilotos veteranos que constituíram a espinha dorsal, garantindo estabilidade, progressão e segurança do voo livre, num momento em que ele era no norte, a “zona de fronteira”. Apesar de nem sempre terem tido uma “escola oficial”, os joaninhas guardam no seu palmares desportivo, enquanto voARCUMulos, o 1º lugar por equipas na competição B em 1999, já como “joaninhas”, o 1.º lugar por equipas na competição B em 2001 e o título de campeão nacional B em 2002, colocando ainda o “joaninha-rezinga” Gomes como melhor piloto do respectivo ranking neste ano. Em 2003 tivemos a saudável concorrência dos pilotos da Madeira com quem queremos fazer em competição muitos e bons voos.
A fórmula "joaninha aboua aboua" é uma expressão que reflecte o orgulho na “fala” nortenha litoral, perdura desde 2000/2001 e foi uma feliz invenção do Emanuel.
Menção especial merece o Rogério, amigo de longa data, um vimaranense que muito contribuiu à causa dos joaninhas.
E assim, a simpática joaninha (coccinela septempunctata) está a transformar-se numa praga nacional – se alguma vez encontrarem um(a) joaninha, lembrem-se de nós e deixem-na voar...
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