Final de semana de voos em Caldelas - Amares
Tecto de 2.000m de altitude, vento SW um grande grupo abouas a explorar os ares de Caldelas...
Relato by Bruno Mota
Sábado
Dia muito bom em Caldelas, das melhores curvas de estado que para lá vi e dos céus mais convidativos que de lá apreciei.
Por volta das 13:30 chego a Caldelas onde já estavam o Carlos Pinheiro e o Pasta, que andaram a trabalhar para melhorar a aterragem, desde já um obrigado, e que entretanto foram almoçar.
Chegou entretanto o Carneiro. Cá em baixo nada mexia, não havia vento quase nenhum e o céu repleto de cúmulos.
Subimos. Na descolagem entrava um ventinho e o sol batia na encosta. Era a nossa oportunidade. Deixamos passar e o vale mergulhou numa sucessão de sol e sombra, que só por volta das 15:30 se dissipou.
Eu impaciente já tinha uma descolagem abortada pela rampa grande. Às 15:40 (segundo o vario) descolei e foi piiiiiiiiiiiiiii até ao morrinho (-3m/s), já a aterragem era uma prioridade e pi pi pi bati na térmica, se se desce muito sobe-se muito e lá me levou ela à nuvem cerca dos 1400. O Carneiro escolheu a direita e andou lá em baixo a lutar, mas acabou por não chegar na hora certa. Sigo em frente no vale, o vento é de frente mas muito fraco e nesta direcção o caminho está marcado por nuvens.
Quando saio das nuvens sigo em frente e acabo por ter um ponto baixo em Prado São Miguel, já o campo para aterrar estava escolhido quando começo a apanhar uma térmica fraquinha, que demorei a centrar, ficando depois mais forte e me levou à nuvem. Quando a asa começou a desaparecer na nuvem arranco em direcção a Ponte da Barca, sendo que pelo caminho entro numa nuvem. Inicialmente via o chão, depois dois buracos, depois apenas um, depois apenas nuvem. Orelhas! Pipi Pi (a subir) e continuo mais um bocado, tira orelhas não tira 1900 e a subir a bom ritmo. Não me sinto confortável e gradualmente meto comando na direita, desço em espiral até sair da nuvem, parando cerca dos 1300. Sigo em direcção a Ponte da Barca de novo, antes de lá chegar fico com cerca de 900m, encontro a térmica e vou subindo, mas de uma forma que irrita ora ganho ora perco. Fico algum tempo no engonhanço, vou explorando debaixo da nuvem e acabo por voltar para a direita na direcção de uma pedreira no topo do monte, onde não subo nada. As nuvens já se desfazem, não devo voltar a subir. Fico algo baixo e penso aterrar lá, mas em boa hora decido seguir para a aldeia mais próxima onde aterro no campo de futebol com o café mesmo ao lado.
Comunico onde me encontro e tive uma recolha muito rápida, pelo Pedro d’Amares! Muito Obrigado!
Domingo
Depois do voo de sábado sabia que tinha que acalmar os ânimos.
Vontade de voar cedo, mas todo o pessoal a apontar para as 14. O Ricardo e o Fermin foram bem mais cedo. Tomar café e tal e por volta das 14 muita gente na aterragem. Abel Carvalho. Carneiro, Carlão, Eu, Dores, Fermin, Soares, António, Cristina, Carlos Correia, Zeca e Ricardo, mais alguns alunos novos que ainda não conheço (peço desculpa se esqueço alguém).
Céu cheio de cúmulos e vento de Sul a rodar para Sudoeste. Discussão sobre a possibilidade de Gomide, mas a escolha a cair sobre Caldelas pela previsão de rotação para Oeste durante o dia e pela maior facilidade no transporte. O Ricardo que já tinha subido ao monte descola e não encontra grande ascendência e aterra. Mal aterra subimos para a carrinha e lá fomos para o monte. Abrir asas, ligar instrumentos, testar rádios e pára o vento. Estou pronto. O vento volta a entrar e o António diz-me “Olha aquele cúmulo!”. Olho e gosto! O Rica rdo está pronto a descolar e o Carneiro está quase, o resto da malta está mais atrasada.
Descolo, vou à direita com algum ganho, mas ao voltar a asa manda-me para a esquerda e deixo-me ir. Acabo por segui na direcção do morrinho, estava lá a melhor térmica que alguma vez voei em Caldelas, cheguei a rodar a 5,5! Entretanto também descolou o Carneiro que se posicionou melhor e sobe mais rápido. Já estávamos algo altos quando sai o Ricardo e mais tarde o resto da malta. Carneiro na base das nuvens aos 2000, eu nos 1900 e siga para Gomide (apesar do vento Sudoeste). Arrancamos por baixo das nuvens, mas estas vão se dissipando e ficamos no azul. Pata a fundo até perto de Gomide pequeno onde encontro uma térmica que me leva aos 1200 com muita luta, com o Carneiro a explorar a zona da descolagem e depois o vale, aterrando entretanto. Avanço na direcção das antenas, por cima havia cúmulos, mas chego muito baixo, encontro ascendência, mas ali o vento é forte e estou demasiado baixo para me deixar ir para um vale cheio de fios de média tensão e aparent emente sem aterragens. Vou me mantendo, ora subindo, ora descendo.
Avanço para o vale, subindo algo pelo caminho, e voltando a subir onde tinha subido anteriormente, ainda dei uma volta mas não era consistente. Acabo por aterrar junto do Carneiro no vale de Gomide. Entretanto recebo notícias do Abel Carvalho que fez a primeira distância aterrando junto do Pico S. Cristóvão e do Ricardo que fez o melhor aproveitamento do vento, aterrando em Sta Isabel. Parabéns a todos pelos voos, em especial ao Abel Carvalho pela primeira distância.
O Fermin e a Dores coordenaram a nossa recolha, muito Obrigado. O resto da malta andou a fazer voo local em Caldelas com alguns top landing’s. Entretanto também la estiveram o Xavier, David, Casinhas, Mário, o Abel e o Carlos Pinheiro, ambos na instrução e bilugar. Do Porto veio o Damião com alguns amigos.
Grande dia em Caldelas, venham mais assim!