XC Caldelas - Larouco

DSC_1858 Pedro Puga, piloto de competição Aboua Aboua.


Depois de alguma insistência e “suborno” por parte do nosso Presidente e um dos seus “mandatários” Samuel Janela mais conhecido como Tom Tom aqui vai o relato de um voo que tinha como “prognostico” a marreca e que terminou em Rossas – Vieira do Minho totalizando 47 km.

Domingo, 27 de Setembro de 2009

Saímos de Braga por volta das 10.30 tendo como destino o Larouco. Chegados à descolagem sul observamos que as eólicas já nos diziam que o vento estava norte fraco, por isso fomos dar uma vista de olhos à descolagem este para ver se dava para fazer uma marreca, pois norte só daria lá para as três horas da tarde. Decidimos então buscar as maquinas voadoras e lá descolamos, primeiro o António porque eu estava a prever alguma turbulência e como estava a experimentar uma cadeira nova (canoa do Dinis) há que mandar um “piloto sonda” para confirmar a minha teoria, mas estava tudo dentro dos parâmetros aceitáveis e lá descolei apanhando uma térmica que me levou aos 2500 metros … quando olho para a descolagem vejo que a Cristina estava a descolar e o presidente da Irmandade António a “engatar” uma térmica.

Fiquei à espera mas o António estava a subir bem e lá fui andando ate ao kartódromo … mais uma térmica ate aos 2700 metros … mais um tempinho de espera e o presidente já estava à mesma altura que eu, a Cristina lá estava a “engatar” a térmica por cima de Gralhas e com vento de leste viramos costas ao vento… sem dar por isso já estávamos por cima de Montalegre com 1900 metros e a Cristina bem alto por cima daquele lago que tem entre Montalegre e o Larouco.

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Entretanto na minha cabeça já estava a despertar para a dita travessia de Larouco - Caldelas mas há que procurar uma térmica e olhando para o terreno vi na encosta da castanheira uma linha de agua, vegetação e com a direcção do vento que estava há que ir para cima da castanheira, a minha aposta foi ganha … pois ela estava lá e levou me paro os 2800 metros mas o presidente da Irmandade não apanhou a térmica mas sim a descendente e ficando bem baixo foi para o vale tendo que aterrar perto do campo da bola de Montalegre, faltava a Cristina, por onde andava ela? Depois de uma procura lá estava ela a enrolar uma térmica por cima do campo da bola - grande Cristina! Mas como não tinha rádio nem telemóvel e não sabia de mim tomou a decisão de aterrar junto do presidente da irmandade.

Bem lá estava eu com 2800 metros e com uma linha de nuvens que me levava por entre a barragem do alto do Rabagão e a da barragem da Paradela e que terminava na serra da Cabreira. . . Mas a minha cabeça só pensava na possível travessia pela serra do Gerês . . .

Mas estava um incêndio entre a serra da Cabreira e a serra do Geres com um grande cumulo e eu com 2900metros tive que tomar uma decisão, passar pelo lado direito ou esquerdo, se passasse pelo lado direito iria ficar em cima do vale do geres no sotavento do geres e como o vento já estava norte e com poucos campos para aterrar em segurança, ainda tentei e foi sempre em frente em direcção do cumulo para ver se ele me queria tratar bem, mas não mal comecei a chegar pertinhomas não mal comecei a chegar pertinho dele ele me disse que não me queria lá e começou a ficar bravo e eu lá tive que mudar de plano de voo, toca a passar pelo lado esquerdo do cumulo e por cima da barragem da venda nova e ai toca a apanhar a dita linha de nuvens que me levou ate a serra da cabreira com 2600 metros e ai mais uma decisão a tomar, ir em procura da linha mais perto de Braga ou por uma que me parecia mais segura que era em direcção de viera do Minho com vales mais largos e como o vento estava de noroeste e sem o acelerador montado já não dava para ir em direcção de Braga, optei por vieira do Minho mas mesmo assim já tinha que ir na deriva do vento e com aterragens mais seguras, e com térmicas mais fracas lá fui indo ate a uma terra chamada Celeiro,

aí já estava bastante baixo e encostei a serra e fui “ladeirando” e olhando para o vale à procura de um bom campo para aterrar, não gostei de nenhum e por isso aterrei na encosta da serra em segurança com mais de meia hora de caminho,mas o dia era de sorte porque mal acabo de dobrar a asa tenho a 50 metros de mim um jipe da G.N.R com um cabo a perguntar se estava tudo bem e se queria boleia para a vila.

Obviamente que não demorei um segundo a recusar tamanha proposta irrecusável … mas na verdade a verdadeira “equipa” de recolha já vinha a caminho e após alguns desvios devido aos incêndios … lá chegaram …
Um obrigado especial a esta equipa, Presidente Antonio, Cristina, Tom Tom e à minha mulher (faisquinha) que tiveram que prescindir da marreca típica de Domingo à tarde …

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